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DOENÇA POR CORONAVÍRUS 2019

Respostas úteis a
perguntas frequentes

Os coronavírus são uma família de vírus que causam habitualmente doenças ligeiras semelhantes a gripe no ser humano. Nalguns casos pode ocorrer pneumonia. A infeção pelo novo coronavírus, designada de COVID-19, tem particularidades que distinguem dos anteriores pela rapidez com que se propaga e pela maior percentagem de casos graves. 

Os coronavírus são uma família de vírus. Alguns causam doenças nas pessoas e outros como os coronavírus caninos e felinos, só afetam animais. Raramente os coronavírus animais podem infetar as pessoasÉ o caso da COVID-19. Essa situação já ocorreu pontualmente noutras epidemias prévias de coronavírus. 

A COVID-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus, ou com superfícies e objetos contaminados. 

O vírus que causa a COVID-19 propaga-se com facilidade na comunidade. Muitas pessoas são contaminadas sem terem a noção de como isso ocorreuPodem ter sido contagiadas por pessoas infetadas e sem sintomas.  

A COVID-19 transmite-se fundamentalmente de PESSOA-A-PESSOA através de gotículas projetadas pelo nariz ou boca quando tossimos ou espirramos. Essas gotículas infetadas podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo ou depositar-se em superfícies e aí permanecer, infetando as mãos de outras pessoas que, ao tocarem na boca, nariz e olhos, transportam o vírus para novas pessoas.  

Outras vias de transmissão:1-4

a) fezes e urina- através de partículas de aerossóis ou por contacto
b) saliva

A contaminação por aerossóis é possível quando há exposição a elevadas concentrações de aerossóis contendo vírus durante um período de tempo prolongado e em ambientes relativamente fechados.

Dado que COVID-19 (SARS-CoV-2) foi isolado nas fezes e na urina, deve ser dada atenção especial aos resíduos humanos para evitar contacto direto e/ou contaminação do ambiente.2,3

De acordo com informação da Organização Mundial da Saúde (OMS), até à data não há evidência de que os animais domésticos como cães e gatos, tenham sido infetados e consequentemente possam transmitir o vírus da COVID-19. 

Apesar de ser possível o contágio a partir da contaminação de embalagens de alimentos quando, através das mãos, os vírus acedem à boca, nariz e olhos, não é de todo a principal via de propagação viral. Devido ao facto de haver uma fraca sobrevida do vírus em superfícies, a transmissibilidade deste através de alimentos embalados, acondicionados, refrigerados e transportados durante dias, o risco parece ser muito baixo. 

No entanto e como medida de precaução, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e em Portugal a ASAE, publicaram as seguintes orientações relativas à preparação, confeção e consumo de alimentos. Destaca-se o reforço das seguintes boas práticas de higiene: 

    • Lavagem frequente e prolongada das mãos (com água e sabão durante 20 segundos), seguida de secagem apropriada evitando a contaminação cruzada (por exemplo fechar a torneira com uma toalha de papel ao invés da mão que a abriu enquanto suja); 
    • Desinfeção apropriada das bancadas de trabalho e das mesas com produtos apropriados; 
    • Evitar a contaminação entre comida crua e cozinhada; 
    • Cozinhar e “empratar” a comida a temperaturas apropriadas e lavar adequadamente os alimentos crus; 
    • Evitar partilhar comida ou objetos entre pessoas durante a sua preparação, confeção e consumo. 

Estima-se que o período de incubação (tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos sintomas) seja entre 2 e 14 dias. 

Está ainda em investigação a transmissão por pessoas assintomáticas. 

Um doente ativo com a doença COVID-19 pode contagiar outras pessoas. Por essa razão estes doentes têm de ser isolados da comunidade quer no hospital quer em casa (dependendo do seu grau de gravidade), até melhorarem e não representarem risco de infetar outras pessoas. 

Quanto tempo uma pessoa ficará doente é muito variável pelo que a decisão sobre o fim do isolamento é avaliada caso a caso e baseada em critérios médicos, necessidades preventivas e de saúde pública, grau de gravidade inicial e resultados laboratoriais. 

Os critérios do CDC (Centers for Disease Control and Preventionpara terminar a quarentena são baseados na avaliação individual e são os seguintes: 

    • Doente sem febre não tendo recorrido a medicamentos para baixar a febre; 
    • Ausência de sintomas nomeadamente tosse; 
    • Teste laboratorial negativo em pelo menos 2 colheitas respiratórias consecutivas com um intervalo de 24 horas. 

Um doente que sai do isolamento considera-se que não representa um risco de infeção para os outros. 

TODOS! O vírus não tem nacionalidade, idade ou género, por isso todos corremos o risco de contágio por este novo coronavírus. Toda a humanidade é alvo. 

Correm maior risco de doença grave por COVID-19 os idosos e pessoas com doenças crónicas (ex.: doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares

Toda a população está suscetível à infeção por COVID-19 (SARS-CoV-2), incluindo as crianças. 1-4

A maioria das pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas ligeiros a moderados de infeção respiratória aguda como: 

    • febre (temperatura > 37,5°C); 
    • tosse; 
    • dificuldade respiratória (sensação de falta de ar). 

Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte. 

Doente com infeção respiratória aguda (início súbito de febre ou tosse ou dificuldade respiratória), sem outra etiologia que explique o quadro História de viagem ou residência em áreas com transmissão comunitária ativa, nos 14 dias antes do início de sintomas;

OU  

Doente com infeção respiratória aguda Contacto com caso confirmado ou provável de infeção por SARS-CoV-2 ou COVID-19, nos 14 dias antes do início dos sintomas;

OU  

Doente com infeção respiratória aguda grave, requerendo hospitalização, sem outra etiologia.  

Nas áreas afetadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda medidas de higiene e etiqueta respiratória para reduzir a exposição e transmissão da doença: 

    • Tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo) 
    • Lavar as mãos frequentemente. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes; lavagem deve ser cuidadosa e durar 20 segundos, esfregando as mãos com sabão abundante ou com solução à base de álcool a 70° 
    • Evitar contacto próximo com pessoas com infeção respiratória 
    • Evitar tocar na cara com as mãos 
    • Evitar partilhar objetos pessoais ou comida em que tenha tocado 

O vírus é destruído eficazmente por:

    • raios ultravioleta UV
    • exposição a temperatura de 56°, 30 minutos
    • álcool a 75°
    • desinfetantes contendo clorina- lixívia
    • solventes do éter
    • outros como: ácido peracético e clorofórmio.

A clorohexidina não é eficaz na eliminação do vírus.1

O uso de máscaras é uma medida adicional de proteção, que deve ser complementar às medidas de distanciamento, higiene das mãos e etiqueta respiratória. A sua utilização é obrigatória em espaços públicos fechados, como transportes públicos ou estabelecimentos comerciais.

Para utilizar máscara de forma efetiva deve garantir que a coloca e remove em segurança.

Colocar a máscara:

    • Lave as mãos com água e sabão ou com uma solução à base de álcool (antes de colocar a máscara);
    • Colocar a máscara na posição correta. A borda dobrável deve estar para cima e a parte colorida para fora;
    • Segurar a máscara pelas linhas de suporte/elásticos e adaptar a cada orelha;
    • Ajustar a máscara junto ao nariz e queixo, sem tocar na face da máscara.

Retirar a máscara:

    • Lavar as mãos com água e sabão ou solução à base de álcool;
    • Retirar a máscara apenas segurando nas linhas de suporte/elásticos;
    • Manter a máscara longe do rosto e da roupa, para evitar tocar em superfícies potencialmente contaminadas da máscara;
    • Colocar a máscara no recipiente adequado e lavar novamente as mãos.

A viseira deve ser usada complementarmente com um método barreira que permita proteger a boca e o nariz.

Site DGS, consultado a 8 outubro de 2020

O tratamento da infeção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados e sobretudo ao tratamento das complicações. Sendo um novo vírus, ainda não existe vacina, estando em curso as investigações para o seu desenvolvimento. 

Não, os antibióticos não são efetivos contra vírus, apenas bactérias. A COVID-19 é um vírus e, como tal, os antibióticos não devem ser usados para a sua prevenção ou tratamento. Não terá resultado e poderá contribuir para o aumento das resistências a antimicrobianos. 

Se não tem febre, tosse ou dificuldade em respirar deve: 

    • Evitar estar próximo de pessoas durante 14 dias porque pode estar a incubar a doença e ainda não ter sintomas; 
    • Medir a temperatura 2 vezes por dia tendo em atenção o aumento da temperatura, tosse ou dificuldade respiratória. 

Se tem febre, tosse ou dificuldade em respirar deve: 

    • Ligar para o SNS 24 – 808 24 24 24 e seguir as orientações dadas 
    • Evitar estar próximo de pessoas 

Todos os casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus devem ser submetidos a estudo laboratorial.

Se tiver sintomas como febre, tosse e/ou dificuldade respiratória e tiver estado em contato com uma pessoa que tenha a doença COVID-19, mantenha-se em casa e contate SNS24 (808 24 24 24).

Após este contacto e em função dos sintomas e do inquérito, os profissionais de saúde irão determinar se é necessário ser testado para COVID-19.

Preferencialmente, o diagnóstico deverá ser realizado na “Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do SARS-CoV-2, na rede complementar de laboratórios privados ou no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

No caso do teste ser positivo, só poderá deixar o isolamento quando, na ausência de sintomas, o resultado de 2 testes com o intervalo de 24 horas, forem negativos.

Quais os sintomas suspeitos da COVID-19?

Todas as pessoas com queixas respiratórias agudas de:

    • tosse persistente ou agravamento da tosse habitual ou
    • febre (temperatura 38°C) ou
    • dispneia/dificuldade respiratória (sensação de falta de ar)

são considerados suspeitos e devem ligar para a linha SNS24 (808 24 24 24) ou de forma complementar para linhas telefónicas criadas para o mesmo efeito em Unidades de Saúde Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Especializados (UCSP) divulgados localmente.

Um teste negativo apenas significa que, nesse momento, o vírus não foi encontrado na amostra respiratória da pessoa. Não significa de forma completamente segura que não tem a doença pois, nas fases inicias da COVID-19, o teste pode ainda ser negativo. 

Se uma pessoa tem sintomas respiratórios como tosse e febre mas o teste é negativo, isso significa que o vírus da COVID-19 não é o responsável pela doença em curso. 

Ainda não existem dados concretos sobre a suscetibilidade de mulheres grávidas ao vírus da COVID-19.

As alterações fisiológicas da gravidez podem tornar a mulher mais suscetível a infeções virais como a da COVID-19. Em comparação com a população em geral, também podem estar em risco de doença grave, morbilidade e mortalidade.

É fundamental as mulheres grávidas intensificarem as medidas preventivas da infeção como lavar as mãos frequentemente, manter distanciamento social (1 metro) e afastamento de outras pessoas infetadas.

Não existem informações suficientes sobre resultados adversos da gravidez em mulheres grávidas com COVID-19. Noutras infeções com outros tipos de coronavírus durante a gravidez, têm ocorrido casos de aborto espontâneo e nado-morto. A febre alta durante o primeiro trimestre da gravidez pode aumentar riscos para o feto.

É limitada a informação científica disponível sobre a transmissão vertical (mãe->filho) relativamente a outros coronavírus, mas a transmissão vertical não foi verificada para essas infeções.

Atualmente não é conhecido o risco de complicações de crianças nascidas de mães infetadas com COVID-19. Mulheres com infeções com outros coronavírus durante a gravidez, tiveram bebés prematuros e/ou pequenos para a idade gestacional.

Até ao momento não foi encontrada evidência da presença do vírus que causa a COVID-19 no leite materno.

O risco para o bebé resulta da proximidade dos fluidos e gotículas da mãe que possam contaminar o filho pela proximidade durante a amamentação e os cuidados de higiene.

Sendo o leite materno a melhor fonte de alimentação no lactente, a presença de uma infeção respiratória alta ou de COVID-19 confirmada obriga a medidas extremas de precaução para evitar contaminar a criança. A lavagem cuidadosa das mãos e utilização de máscara facial ou a utilização de bomba de extração de leite para administração afastada da mãe são medidas importantes para impedir o contágio.

Adaptado por Fernando Vilhena de Mendonça, MD e Maria Teresa Egídio Mendonça MD
DGS-Direção Geral da Saúde https://covid19.min-saude.pt/perguntas-frequentes/
CDC-Centers for Disease Control and Prevention https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/faq.html#basics
Data de atualização: 25 março 2020.